Bambu Laminado Colado: Metodologia

Utilizando-se do contato já estabelecido entre a empresa ORÉ BRASIL e os produtores de bambu, serão selecionadas algumas amostras dos bambus Dendrocalamus giganteus e Phyllostachys pubescens, para a realização de ensaios de caracterização do material plantado em nosso estado. Esse trabalho será baseado na norma NBR7190/97 que define a caracterização completa da resistência da madeira, tanto física como mecânica, com determinação das resistências à compressão e tração paralela às fibras, a compressão normal às fibras, o cisalhamento, ao embutimento paralelo às fibras, ao embutimento normal às fibras e densidade básica. Devemos levar em consideração que a norma foi desenvolvida para madeiras maciças, então pode haver uma adequação da norma para o uso do bambu, como o fato do bambu não apresentar conjunto de fibras transversais, semelhantes aos raios medulares das madeiras. Todas estas alterações serão propostas para uma futura normatização do bambu.

O comprometimento da empresa ORÉ BRASIL está em fornecer as lâminas já tratadas (ácido pirolenhoso a 20%) ao laboratório de experimentação de estruturas do Departamento de Eng. Civil da UFSC, para a caracterização e transformação em chapas de compósitos de madeira-bambu e também em multilaminados para a movelaria.

Na produção das chapas será utilizada a cola já empregada pela empresa, PVA, mas também outras disponíveis no mercado – EPI, MUF e as fenólicas. As colas seriam adquiridas com o financiamento do projeto.

Da mesma forma serão realizados ensaios de caracterização das chapas e multilaminados com base na NBR7190/97 e, também, na NBR-9534 que diz respeito a determinação da resistência da colagem ao esforço de cisalhamento.

Já com os resultados experimentais das peças de mobiliário produzido à base das lâminas de bambu, será realizado um reestudo das dimensões de duas cadeiras assim produzidas pela empresa Oré Brasil com o fim de otimizar o volume de material a ser empregado, dentro de um produto racionalmente concebido. Para os ensaios de resistência mecânica e segurança de uso do mobiliário, o SENAI, de São Bento do Sul, conta com o Laboratório da Tecnologia de Madeira e Mobiliário, onde os ensaios serão realizados.

Todas as etapas serão devidamente registradas por fotos e vídeo, para futura disponibilização em web-site. O GIEM conta com portal junto ao Nucleo de Processamento de Dados da UFSC onde os resultados ganharão caráter educativo, tanto para equipes da universidade, como para demais interessados. O site e as produções serão tarefas dos bolsistas de apoio técnico.

Alem disto é indispensável a consultoria da BambuSC quanto aos processos de produção do bambu – desde a colheita até o destino dos produtos – e de divulgação.

Como resultados final, será elaborado o relatório final de pesquisa, artigos e registro de patentes, se for o caso.